Fundada e povoada por colonos provenientes da actual Alemanha nos alvores da nacionalidade, a aldeia de Ulme pertenceu desde o século XIV à Casa dos Silvas. Recebeu foral em 1561 juntamente com a Chamusca, durante o reinado de D. Sebastião (outorgado por D. Catarina de Áustria). Após a Restauração, em 1640, passou a pertencer à "Casa das Rainhas".
Foi vila e sede de concelho até 24 de Outubro de 1855, sendo então integrada no concelho da Chamusca.
Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1 059 habitantes. Após as reformas administrativas do início do liberalismo, foram-lhe anexadas as freguesias de Bemposta (entre 1836 e 1844), Chouto e Vale de Cavalos.[1] Tinha, em 1849, 2 352 habitantes.
Muitos dos seus habitantes continuam a chamar a Ulme "vila", o que está errado, pois perdeu o título aquando da extinção do concelho, evidente nas quatro torres do brasão.
A extinção do concelho de Ulme e a consequente anexação ao concelho da Chamusca constituem a última etapa de um processo de prolongada decadência da aldeia dos "pinéus". Ulme não conseguiu rivalizar com a então florescente "terra branca", que devido à sua localização geográfica junto ao Tejo, ofuscou desde o seu início a primeira.
A Chamusca apenas se tornou freguesia no século XV, antes não era mais que uma quinta da freguesia de Ulme. Mas o seu desenvolvimento, sobretudo a partir do século XVIII, lançaria Ulme na obscuridade.
As epidemias que proliferaram no início do século XIX, como o paludismo, devido à implementação do cultivo de arroz, fizeram o resto.
Em 1855, até o presidente da câmara municipal de Ulme havia trocado a povoação pela vila vizinha e rival, Chamusca.
A freguesia engloba uma série de casais e pequenas aldeias nas margens da Ribeira de Ulme.
A sede da freguesia, a aldeia de Ulme, conta com mais de 700 habitantes, enquanto que na aldeia de Semideiro e lugares circundantes residem cerca de 400 indivíduos.
O sector primário é a principal actividade da população da freguesia, embora possua também alguma indústria (papel, tijolo, extracção de água).
Ulme é actualmente uma povoação pequena, onde a Igreja Católica tem ainda bastantes seguidores. Religiosidade e tradição são o cartão de visita das suas gentes numa aldeia conhecida pelo seu forte conservadorismo.